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Saúde mental é o "novo normal" - mudanças de paradigma sobre o autocuidado em anos de pandemia.

  • jardimgrazielle
  • 30 de jan. de 2022
  • 3 min de leitura

Atualizado: 30 de jan. de 2022


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Encontrar-se na situação pandêmica que ainda atravessamos e sem precedentes na história de cada sujeito fez cada um de nós se deparar com a própria finitude, as incapacidades, os limites, as perdas, que abrem feridas narcísicas e mal cicatrizadas. O trabalho, em sua maioria em home-office, os estudos, on-line, e para aqueles que impossibilitados de adotar a casa seu “tudo”, a cautela e o rituais de higienizações foram adicionados a nova rotina. A necessidade de se refugiar em seu próprio lar, experimentar uma nova vivência de um lugar que nos acolhe, que nos protege, mas que em excesso nos aprisiona e angustia, em contraponto ao medo do contato com o externo com o retorno das atividades presenciais.


Não nascemos para sermos isolados. A pandemia está aí para mostrar como somos seres sociais e o quanto precisamos dos nossos vínculos afetivos. Manter-se longe do abraço de um aperto de mão, do contato físico, foi e ainda é uma das necessidades que nos abstemos durante este tempo. Por outro lado, a hiperconvivência também apontou para as dificuldades de sustentar vínculos e relacionamentos. Se não é possível viver sozinho também não é possível viver com o tempo todo. Compartilhar e misturar espaços físicos, temporais do trabalho, estudo, familiar apresentou-se como desafio inimaginável até o momento. Não tínhamos um repertório para lidar com o “novo normal”, a última pandemia que teve grande proporção afetando diretamente o dia-a-dia das pessoas ocorreu há mais de 100 anos — Gripe espanhola — e diante do inesperado o chamado para reinvenção foi uma via de aposta para lidar com tudo isto.


Diante de todas as perdas e dificuldades presentes nestes anos, uma reviravolta sobre a ideia de autocuidado tomou conta de muitas pessoas. Nunca debateu-se tanto sobre saúde mental e esta mudança veio para ficar. Janeiro Branco é um exemplo de uma campanha bem-sucedida de conscientização aos cuidados com a saúde mental. Criada em 2014, através do uso das redes sociais teve um engajamento em todo o país, ganhou ainda mais enfoque durante estes anos pandêmico. Neste contexto, criou-se ainda mais uma certa consciência coletiva do quanto aspecto emocionais e sociais estão diretamente relacionados a nossa saúde. Ao mesmo tempo em que um enfoque foi dada a estas questões, ressurgiam os preconceitos e paradigmas antigos sobre o significado de adoecimento e cuidados psicológicos. Um exemplo disto é o vídeo que viralizou nas redes sociais em que há um recorte de frases de uma entrevista de Selton Melo - Diretor da Série sessão de terapia - em que ao dizer dos preconceitos e estigmas sobre o tratamento em saúde mental existem as ideias de que " ansiedade é falta do que fazer e depressão é frescura" e " terapia é coisa de maluco, o que eu vou falar com um cara que nem me conhece". São frases que representam como o tema da saúde mental é permeada de mal-entendidos e que passa por imaginários sociais que impedem uma pessoa em sofrimento de procurar ajuda.


Estes anos tem sido certamente uma mudança do que significa autocuidado. Um olhar mais atendo a saúde mental tem ocorrido por parte das instituições e dos indivíduos, colocando em debate problemas já presentes e antes muitas vezes negligenciados, considerados tabus ou alvo de preconceitos. Obviamente há muito o que ser feito em vários níveis, nas políticas públicas, instituições privadas e no dia-a-dia de muitas pessoas. Ainda é possível que nos mais diversos níveis este novo paradigma que vê o cuidado com a saúde mental tão relevante quanto qualquer outro ainda encontre barreiras, mas também entendo que colocamos em debate amplo, como não antes visto, de que saúde mental e física se entrelaçam, e tanto uma quanto a outra se faz necessária para uma vida mais digna.


Me conta, você acredita que as pessoas tem mudado sua relação aos cuidados com a saúde mental?


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