top of page

A escuta como ferramenta de mudança em nossas relações

  • 26 de nov. de 2020
  • 3 min de leitura

Atualizado: 30 de jan. de 2022

Sair do conforto de nossas certezas é talvez a tarefa mais difícil que a escuta pode criar. As certezas nos dão segurança de que tudo permanecerá como sempre foi, por isso sentimos que temos um certo controle do mundo em nossa volta, sabemos o que esperar das pessoas e como devemos nos comportar. Essas certezas são formadas por crenças que de tão enraizadas não nos damos conta, por isso são praticamente inabaladas. Grande parte delas são construídas ainda em nossa infância e através de experiências dentro de nosso lar. Até sairmos um pouco mais desse ninho de proteção, parece que o mundo todo se comporta como nossa família, esperávamos encontrar os mesmos costumes, formas de relacionamentos... Ainda crianças começamos a nos dar conta que existe um mundo diferente do nosso, e esse processo não acaba mais, ao menos não deveria, e a criança, e sua característica questionadora e curiosa explora a diversidade que o mundo nos apresenta. Assim como a criança que se abre ao novo que lhe é apresentado, talvez devêssemos encarar desta forma quando nos colocarmos diante de outra pessoa. Curiosas para saber que mundo é esse que nos apresenta e abertas para acolher esse mundo, da forma que chega mesmo, com suas particularidades.

Saber se escutar

A primeira escuta que fazemos é a de nós mesmos. O que em nós aparece quando o outro nos dirige a palavra: tensão, raiva, indiferença, tristeza, alegria, indignação... Isso está certamente ligado a ideia que se tem sobre a pessoa que nos dirige a palavra, e também a experiência que temos do tema. Alguns desses afetos emergem rapidamente e ignoramos com a mesma rapidez que veio, afinal, estamos prestando atenção em nosso locutor e não em nós mesmos não é? Mas isso que aparece e some, certamente influenciará na forma como você recebe aquela mensagem e como vai reagir. Por isso para acolher é preciso saber o que de você tem naquilo que é falado. Saber se separar não é tão simples assim. Desenvolver a capacidade de nos sentirmos para sentir o outro é o primeiro passo.

Ajude o outro a se escutar

Se temos dificuldades de nós escutar, será que o outro também sabe se escutar? Nem sempre a pessoa que nos dirige a palavra sabe muito bem por que diz o que diz ou por que pensa o que pensa, então cabe a nós a difícil tarefa de acolher aquilo que é dito não apenas como uma verdade para o outro e pronto! Assunto encerrado! Um acolhimento deve acontecer com certo estranhamento. Por que fala? O que fala? Como fala? Para quem fala? Em resumo, qual é o seu lugar de fala? A certeza não faz emergir nada novo, agora a dúvida e o estranhamento permite que o diferente que há dentro de quem fala seja escutado por ele também.

Aceite o conflito e permita a mudança

Esteja preparado para o conflito e aceite-o. Somente aceitando o que já existe é possível mudar e pensar novos caminhos. Trazer o contraponto na conversa e tornar o conflito produtivo para ambos é o ponto ápice, que causa reflexão e que gera possibilidades. Entretanto, se esse conflito é mal usado e o que se transparece na conversa é a necessidade de fazer prevalecer a ideia de um ou outro, a vaidade... o resultado disso será a manutenção do que existe, ninguém ganha e muda, e recrudescem as ideias e as certezas.

A comunicação é algo a ser desenvolvido na tarefa da escuta e da empatia
A comunicação e seus desafios

A escuta é uma ferramenta valiosa quando o assunto é desenvolvermos melhores relacionamentos e isso não significa uma anulação de si, uma postura passiva diante do outro, mas é necessário o real interesse e a empatia ao que o outro tem a dizer.






 
 
 

Comentários


Compartilhe

whatsapp-logo-1 (1).png
bottom of page